terça-feira, 26 de maio de 2015

SER CHAMUSQUEDO

sábado, 28 de setembro de 2013

SER CHAMUSQUEDO


Depois dos dias muito quentes passados no Rosmaninhal durante o mês de Agosto, também muito aquecidos por comentários no Facebook, embora contra o que tinha prometido a mim próprio não resisto em tecer também eu algumas palavras sobre a nossa comunidade.

Para aqueles que me conhecem e penso que é a grande maioria, de há muitos anos que me preocupo com a nossa terra, não por qualquer interesse material, mas sim porque tenho no sangue o fervilhar raiano e o apego de chamuscado. Sou talvez o único que trato a nossa terra não por Aldeia mas sim por VILA DO ROSMANINHAL.

O Rosmaninhal em particular e todo o território da raia, e já por outras vezes o tenho dito, estão sempre no meu pensamento. Sempre me esforcei em o estudar, dar sugestões para a sua preservação e acima de tudo divulgar e promover este nosso lindo cantinho. Já muito antes da Quercus vir defender o património Natural da nossa terra, o Grupo de Estudos e Pesquisas Arqueológicas do Rosmaninhal, chamava a atenção para a riqueza desse mesmo património. Antes desses descobridores oportunistas descobrirem que era necessário criar um Parque Natural do Tejo Internacional, já as nossas gentes protegiam e geriam esse mesmo espaço melhor do que os paraquedista que aqui aterraram e continuam a aterrar para explorar a seu belo prazer esse mesmo espaço, provavelmente sem qualquer acompanhamento ou estudo de impacte ambiental ou arqueológico e acima de tudo ignorando e ultrapassando costumes e direitos ascentrais do Naturais.

Como tal, não digo isto porque pretendo uma estátua, até porque já a tenho, a do PASTOR claro, ou não fosse eu filho do Zé Pastorinho, estou a brincar é claro!  Digo porque não sei qual a razão de agora em tão pouco tempo ter aparecido gente a criticar e logo de seguida a arrependerem-se das criticas e outros a dar sugestões para melhorar o Rosmaninhal para que outros as façam.

De há muito que me debato no mesmo sentido, mas também me tenho preocupado em fazer algo que seja para o bem da nossa terra, para os que não me citam, me desconhecem ou me tentam passar a perna vejam em:





No entanto, também se compreende que não sou o único a pensar no bem para o Rosmaninhal, mal seria,  as novas facilidades de comunicação dão asas para que mais facilmente as pessoas que estão longe da terra e que se preocupam com ela, possam fazer valer a sua posição. Mas também aqui há um facto curioso, só os ausentes falam os residentes pouco ou nada. Mas também não é de admirar porque penso que a maioria dos residentes parecem estar quase todos satisfeitos, não me parecem estar interessados em nada do que lhes têm proposto e até acredito que haja alguns a pedir a Deus para que tudo assim continue.

Assim no Rosmaninhal temos uma população envelhecida que vive da reforma estando virados para o interior do seu lar, preocupados muitas vezes com a sua saúde e com o bem estar dos seus. Temos as pessoas activas que procuram explorar os fracos recursos que a terra proporciona. Temos uma minoria jovem, cheia de genica, pelo menos cada vez que á festas e cerveja bem se esforçam por a demostrar. E finalmente temos aqueles que não precisam de ganhar a vida porque sempre a tiveram. Portanto perante este cenário já se poderá entender melhor a maneira de ser do nosso povo, também por muita culpa de quem tem dirigido os destinos do nosso território que nunca soube nem se esforçou em incutir a ideia do “colectivo”, tentando não se manifestarem muito para não terem muito trabalho e quanto menos ideias melhor, podem vir a perturbar os planos.

Portanto como vêm há muito a fazer no Rosmaninhal para mudar o rumo, as pessoas tem que fazer esse esforço, têm que ter humildade para reconhecer o que os outros tem de bom e elogiar as coisas boas que fazem, sem desconfianças. Não procurem só a parte má para deitar o próximo abaixo. Quanto mais trabalharem em comum mais riqueza colherão. Quanto mais apoiarem quem mostrar iniciativas, mais pessoas aparecerão com mais iniciativas. Não tirem a vontade a quem quer trabalhar para o colectivo. Não batam a quem vos quer bem. Não tirem a quem vos dá.

Para terminar, não quero que interpretem mal as minhas palavras, não pretendo ofender ninguém, quero sim ajudar á reflexão. Já se fez muita coisa boa no Rosmaninhal e poder-se-á fazer muito mais, mas não é certamente "a deitar abaixo" a quem pratica iniciativas para todos, que lá vamos. Eu próprio já por várias vezes tenho desanimado mas ser Rosmaninhense é mais forte e volto á carga. O Rosmaninhal estará sempre no meu coração e se todos formos um bocadinho mais humildes e mais colaborantes poderemos voltar a ter uma terra aprazível para todos, inclusive para aqueles que nos visitam.

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