sábado, 17 de abril de 2010

NOSSA SENHORA DO ALMORTÃO

Começam este fim de semana as tradicionais e grandiosas Romarias da Nossa Senhora do Almortão (17 a 19 de Abril) padroeira do Concelho de Idanha a Nova e da Nossa Senhora de Mércoles (17 a 20 de Abril) padroeira do Concelho de Castelo Branco.
Para o nosso Concelho a Sra do Almortão é sem dúvida um grande local de encontro e de romagem. É claro que também a febre do negócio deturpou esta devoção e hoje esta e outras Romarias passaram a ser um local de feira e divertimento, ficando a fé para segundo plano. No entanto são muitos os que visitam este local agradável e fazem questão de visitar a imagem desta Santa.
O nosso conterrâneo e seguidor deste blog, Francisco Pinheiro querendo também colaborar e transmitir a todos o seu sentimento por este tema enviou-nos as seguintes palavras, que passo a transcrever:

É neste fim-de-semana que se faz a chamada "romaria da Beira-Baixa", a S.ra do Almortão, feriado municipal na 2ª Feira 19.
Tenho visitado algumas vezes o recinto e a capela, sempre fora da época dos festejos. Fascinam-me a simplicidade do templo, o sossego do local, a ingenuidade dos ex-votos.
Modernamente foram feitas obras na capela que repuseram o que outras obras haviam desvirtuado, ao nível do tecto.
Mais ou menos por essa altura esteve patente no Centro Cultural Raiano (na Idanha) uma exposição das ofertas, nomeadamente ouro, feitas pelos fiéis, das pinturas da capela e fotografias antigas, bem como da colecção dos mantos ricamente trabalhados que a cobrem. Para oferecer um manto, ou capa, os devotos inscreviam-se e havia lista de espera de vários anos para poder oferecer á santa o que ela usaria em cada ano.
Há dois ou três anos fui lá pela primeira vez no dia da romaria. Já no fim do dia e no fim da festa, os feirantes levantavam as tendas. O vento fazia remoinhar no ar papéis e sacos de plástico. Havia lixo por todo o lado, como nessas feiras que se fazem um pouco por todo o país, e a GNR procurava com dificuldade pôr ordem nos muitos carros que tentavam sair pela estrada estreita.
E eu acabado de chegar, embora não sendo religioso, fiquei a pensar que Jesus não teria tido melhor oportunidade do que aquela para voltar cá e expulsar de novo os vendilhões do templo.

Nunca mais lá volto no dia da romaria.

Francisco Pinheiro

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