quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

AZEITONA E LAGARES

A azeitona sempre foi uma mais valia para o povo do Rosmaninhal.
Embora não seja uma zona predominante de olival, existem na área da freguesia, em especial nos chões e tapadas junto à povoação, assim como nas encostas dos Rios Aravil, Tejo e Erges alguns olivais embora estes últimos se encontrem abandonados e alguns perdidos.

Durante o mês de Novembro procede-se à sua colheita.
A apanha do fruto continua a fazer-se de forma tradicional, por varejamento (já pouco usado) ou através de escadas e feita a sua captura manualmente para cima de panais. Estes panais outrora de sarapilheira são agora mais práticos e feitos de nylon, rodeando as oliveiras e ajustados ao troco.
No Rosmaninhal devido ao porte das oliveiras e por razões de rentabilidade não são usados processos mecânicos
A azeitona é escolhida sendo a mais sã para a talha (conserva) e a restante para produção de azeite. Os últimos lagares mecânicos a funcionar no Rosmaninhal foram o do Senhor Domingos Lobato Carriço “Tarenga” (já desaparecido) e o do Senhor Domingos Mendes S. Carvalho, este ainda existente, mas sem trabalhar. O primeiro situava-se na Devesa e o segundo no Arrabalde.
Desconheço o estado deste último lagar mas seria também um bem patrimonial a preservar, mas tanto quanto sei, alguns apetrechos deste foram levados para o Lagar de Proença-a-Velha aquando da sua recuperação para núcleo museológico do azeite. É assim, quem dá o que tem, a pedir vêm!

Os lagares trabalhavam à maquia, uma parte da produção de azeite era retida pelo dono do lagar como forma de pagamento.
Era costume ir torrar uma fatia de pão ao lagar onde o lagareiro depois deste torrado molhava no azeite novo. A estas torradas dava-se o nome de “tabordas” (noutros locais chamam-lhe “tibornas”).
Também havia no Rosmaninhal o costume de em casa torrar pão e o barrar com toucinho, pois a manteiga era cara.

O Rosmaninhal não acompanhou a evolução desta indústria e perdeu os lagares, tendo como solução para a produção do seu azeite, entre outros, o lagar da Zebreira.
Lagar este bastante moderno onde o processo extractivo é bastante sofisticado e higiénico.

2 comentários:

Barroso disse...

Onde e quando é que é a tiborna? :)
Um abraço!

Anónimo disse...

O lagar que referes,na Zebreira,é o melhor que conheço. È asseado, organizado, honesto e eficaz, coisa que não encontrei nas Soalheiras nem em Monforte (no da associação), aos quais recorri em anos passados. Também aqui há muito a melhorar, mais nas pessoas, pois os equipamentos já são todos modernos.
Francisco Pinheiro