terça-feira, 15 de março de 2011

ENTERRO DA SARDINHA

Ao anoitecer na Quarta-Feira de Cinzas a rapaziada mais reinadia junta-se em local combinado para dar início ao enterro da sardinha (enterro do entrudo).
Este costume é pois uma farsa de um funeral em que se percorre as ruas principais da povoação num autêntico cortejo fúnebre.
O enterro é composto pelas seguintes figuras:
O Padre vestido a preceito leva dependurado por baixo das vestes e entre as pernas um chocalho que faz tocar no início e fim de cada sermão. É sem dúvida a figura mais difícil de interpretar, tanto mais que em locais já premeditados será dito um sermão que muitas vezes é pouco agradável para a pessoa à qual é dirigido. É pois um sermão crítico, uma espécie de puxão de orelhas para adultos.
O Sacristão que ajuda o padre no serviço fúnebre e transporta um balde com mijo que substitui a água benta, com a qual se benze as portas ou aqueles que não contribuem com dinheiro, pão, chouriços ou vinho.
Quatro participantes levam o caixão que é feito com umas varilhas nas quais se enfiam uns sapatos para fingir os pés do morto e se cobre com um lençol.
Os demais acompanhantes em grande gritaria, choram e acompanham o macabro cortejo.
Escusado será dizer que no final do cortejo haverá grande comezaina à custa das ofertas dos populares.


Este costume vem perdendo tradição rapidamente mas de vez em quando lá aparecem alguns mais corajosos que põem mãos à obra e lá organizam o enterro da sardinha, e assim foi este ano, embora um pouco desvirtuado dos antigos costumes lá se realizou. E ISSO É QUE IMPORTA. PARABÉNS RAPAZIADA!
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